“Senhoras revisoras e senhores revisores, deixem a gente escrever em português brasileiro, pelo amor de Oxum! Consultem os seus calendários: estamos no século 21! Vão estudar um pouco, saiam de sua redoma de vidro impermeável às mudanças da língua e venham aprender como se fala e se escreve o português do Brasil!” (BAGON, Marcos. Deixem eu ser brasileiro. In: Revista Caros Amigos. http://www.marcosbagno.com.br/conteudo/textos-carosamigos.htm. Acesso em 04/05/2009).
Aprendemos que a Gramática é importantíssima para se falar português, para se entender português, para se escrever em português. Mas afinal, falamos português? Somos brasileiros, nascidos no Brasil, mas falamos português. Porque português? Porque gramática?
Existem defensores fervorosos de que quem não sabe Gramática não pode ser um bom escritor, como se fosse um mau filho da língua portuguesa aquele que não sabe se o predicado é verbal ou nominal. Mas há outros que entendem que a gramática é necessária, mas não é tudo. Um deles é Luiz F. Veríssimo, que no seu Texto “O Gigolô das Palavras”, menciona: “[...] A Gramática é o esqueleto da língua. [...] É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada”. É fundamental, mas é uma parte de um todo.
Não passamos, todos, de manipuladores de palavras. Nascemos para aprender a arte de falar, de manipular, não de “gramaticar”. Somos filhos da língua falada, falamos, “cê", “pra mim fazer”, mas temos que escrever, “você”, “para eu fazer”. Contrastamos. Mas qual a diferença entre falar e escrever? Falamos e escrevemos, teoricamente, na mesma língua, mas teoricamente. O que nos ensinam na escola não serve de fato para encararmos a vida, aprendemos gírias, palavrões, dentre outras coisas além da gramática. Opa! Tudo (não) é gramática.
Regras são feitas para serem cumpridas, mas, e quando essas regras são plausíveis de discussão ou de mudança? E quando elas são cheias de exceções? Seria possível gravar, muito bem, gravar, todas essas regras? Não, muito embora ainda tentem introduzir essa mania absurda nas escolas. Temos que aprender a conciliar o português e o brasileiro, o falado e o escrito, mas, muitas vezes, não abrem brechas para tanto.
Veríssimo, em seu texto, se auto intitula gigolô das palavras, admite que não tem muita intimidade com a gramática e ainda persiste em mostrar que ele ganha dinheiro escrevendo. Meus caríssimos, seria ele um ET? Aberração? VAMOS ESTUDAR VERÍSSIMO! Penso que não seja assim. Para se escrever corretamente, precisa-se ler corretamente. Para ler corretamente, tem que praticar, muito bem, praticar, e não decorar.
Um bom escritor é aquele que cria intimidade com a escrita, que vai “visitá-la” diversas vezes por dia, por semana, por mês! Ter fundamento com a Gramática é importante, mas o saber chamado de “Língua Portuguesa” vai muito além disso. A língua é construída, dia após dia, por nós e não pela gramática. Ela “precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda”.
Em todos os cantos, encontramos maneiras diferentes de se falar a mesma coisa, d-i-v-e-r-s-i-d-a-d-e ! Somos ricos de diferenças, de costumes, de maneiras, de jeitos de falar, mas nos deixamos mandar pela norma, pela lei gramatical. Não nos ensinam a entender o pra que disso, ou daquilo, apenas nos limitam a explicar que sem gramática não vivemos, que é a parte fundamental do Português. Mentira! De que serve uma língua, se não é falada? Se gramática fosse tudo, o latim ainda estaria vivo, mas sabemos muito bem que ele é uma língua morta. E sabe por quê? Porque o latim não é falado.
Luisa Alem Ribeiro
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